BEM VINDO AO SER-PARA-AÇÃO

GRUPO PARA MULHERES

O Ser-Para-Ação foi criado com o intuito de ajudar mulheres que estão, neste momento, vivendo término de relacionamento. Seja casamento, noivado ou namoro, as mulheres sofrem com o fim da relação. Neste grupo iremos abordar questões que causam sofrimento, de forma a elaborar esta dor. Temos também como objetivo trabalhar a autoestima e a autoconfiança para que possam pensar numa relação futura.


domingo, 8 de janeiro de 2012

O AMOR NÃO É FÁCIL




Uma pesquisa recente revelou que, depois da separação, homens e mulheres desimpedidos superam os primeiros dias de solidão e veem conflito entre amor e paixão,  sem saber se é melhor ser solteiro ou casado. As festas de fim de ano  estimulam ainda mais essa crise  existencial. Sem dúvida nenhuma, toda separação é uma ruptura e  ninguém se casa para assistir  ao final melancólico de uma relação a dois, construída com a expectativa de um amor eterno. Mas, quando se chega ao fim, passa-se a viver uma nova situação, experimentando os prazeres e as tristezas de ficar só.
Muitos, depois de experimentar as limitações impostas pelo casamento, chegam à conclusão que paixão nenhuma vale a liberdade reconquistada. Outros, que se aborreciam quando reclamavam por chegarem tarde em casa, agora sentem a falta desse freio de mão, sem ter alguém  para lhes chamar a atenção... Alguns garantem que a pior solidão é a que se vive quando o amor se acaba.  Tudo incomoda, desde a voz ao toque de pele. Por isso é fácil descobrir quando um casal está em crise, à beira de uma separação. Basta reparar, por exemplo, em qualquer restaurante, se os dois não conversam - a falta de diálogo é um indicador seguro  de que  em casa a coisa é insuportável. Mas, se teimam em acomodar a relação, estarão condenados a viver a mais amarga  solidão.
Como em qualquer processo de aprendizado, o homem deve estar constantemente alerta, atento, paciente, observador, confiante, compreensivo e não pode ser facilmente derrotado. Deve optar  em viver experiências que o avaliem constantemente e o tornem flexível. Afinal, as experiências através da total concentração no viver, oferecem o melhor local para se aprender amar. Mesmo o maior guru não pode lhe dar o amor. Só pode ajudá-lo, guiando-o, oferecendo compreensões, sugestões e estímulos. Ninguém aprenderá somente observando os outros viverem o amor. Só como um participante  ativo no amor.
O que se constata, hoje, é um momento de transformação e de mudança de posições. Até as pessoas podem experimentar livremente sua sensibilidade, independente das categorias tradicionalmente estabelecidas. A mulher  conquista posição que independe do gênero. Ela se posiciona como um sujeito integrado nas relações de força da sociedade contemporânea e, por isso mesmo, o universo de reflexão transgrediu  o limite tradicional da vida doméstica.
Mas não falta quem acredite que essa intolerância de um com o outro, encontrando  na porta de saída a melhor solução para uma relação de difícil convivência, só chegará ao fim quando cada um conseguir olhar para si mesmo e se compreender. Quando o indivíduo não conhece os seus próprios desejos, fica difícil  estabelecer uma parceria, já que ele desconhece uma das partes envolvidas no contrato. Uma pessoa pode até  conhecer muito bem a outra, mas se não se conhecer...
A opção de ficar só tem dois  componentes muito fortes - o amor e a paixão.  O psiquiatra José Ângelo Gairarsa antecipou o que está acontecendo: “O ser humano não sabe se apaixonar e muito menos amar. Somos péssimos amantes”. Ele garante que enquanto o homem não aprender a se tocar, não perder o medo de demonstrar o afeto através do carinho, as relações amorosas  continuarão pobres. Seja amando ou  se apaixonando, o homem é extremamente monótono.
Não falta quem veja tudo de outra forma - que o amor, como é entendido hoje, é coisa de Shakespeare, com aquele dramalhão cujo título é Romeu e Julieta. Mas os poetas românticos valorizaram ainda mais a ideia do amor platônico. Quanto mais impossível é a realização do amor, mais intenso se torna o sentimento. Mas o escritor Luiz Carlos Maciel faz uma  ressalva também: “O que as pessoas sentem vai muito além do que é capaz  de diagnosticar qualquer ciência. Não é possível tolher uma condição básica do ser humano, que é a liberdade de se emocionar”.    
Para Leo Buscaglia, o amor  responsável precisa de expressão, porque o amor é comunicação. Assim como o homem assume a responsabilidade de expressar sua alegria, da mesma forma é responsável em permitir que sua tristeza e sua solidão sejam conhecidas, mas, na verdade, quanto mais uma pessoa fica arrasada, parece que mais  constrói defesas, racionalizações e cria muros atrás dos quais possa reclamar. Ou seja, é incompreendida, não é amada, também maltratada e explorada. Ou seja, quanto mais compreensão amorosa parece precisar, mais foge  de qualquer possibilidade de recebê-la.
Na verdade,  o amor responsável é receptível e compreensivo porque o amor cresce em todas as direções, ou em qualquer relacionamento íntimo, por exemplo, é o processo de crescer de mãos-dadas, mas separadamente. Separadamente porque é impossível esperar que dois indivíduos, mesmo se amando, vão crescer da mesma forma e na mesma direção. Isto significa que talvez uma pessoa não compreenda ou aceite totalmente o crescimento do outro ou do  comportamento  resultante. Mas o amor nos ajuda a aceitar o fato de que o outro indivíduo está agindo apenas  da forma como é capaz de agir naquele momento. Pedi-lo para agir de outra forma é pedir o impossível.
Concluindo, em grande parte, o trabalho de lidar com o amor é deixado para os poetas, filósofos e homens santos. Os cientistas dão a impressão de evitar o assunto. Abraham Maslow afirmou o seguinte: “É surpreendente quão  pouco as ciências empíricas têm a oferecer sobre o amor. Particularmente estranho é o silêncio dos psicólogos. Algumas vezes, é apenas chato ou irritante, como no caso, livros textos de psicologia e sociologia, onde não se reconhece o assunto”.
Apesar de tudo, o amor continua lindo.
Brasília em Dia
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