Pesquisa realizada com mais de duas mil mulheres nos EUA indica que quem usa vibrador tem melhor vida sexual e toma mais cuidado com a saúde
Publicado Sexta-Feira, 25 de Maio de 2012, às 08:08 | Ligia Helena
Se quando alguém fala em vibrador você imediatamente pensa em “sacanagem”, é melhor pensar de novo. Os brinquedinhos sexuais podem proporcionar às mulheres sexo de melhor qualidade e até uma vida mais saudável, fisicamente e mentalmente. É o que mostra um estudo feito pelo Instituto Kinsey, da Universidade de Indiana, nos EUA. A pesquisa foi realizada com um grupo de 2056 mulheres com idades entre 18 e 60 anos. Destas, mais de 52% declararam já ter usado um vibrador.
De acordo com os dados do estudo, as mulheres que usam vibradores fazem mais exames ginecológicos periódicos e autoexames do que as outras. “O que o vibrador traz para as mulheres é uma coisa que não tem preço, que é o autoconhecimento. Muitas mulheres têm vergonha de se tocar, de conhecer seu corpo. E a mulher que se masturba, com ou sem vibrador, se conhece melhor e sabe quando uma secreção está alterada ou se há algo diferente em seu corpo”, defende a ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite, do ambulatório de sexualidade feminina da Unifesp.
O vibrador pode ser também um grande aliado da saúde psicológica. “Muitas mulheres não encontram prazer no sexo porque não aprenderam a se masturbar na puberdade. Quando uma mulher não consegue nunca atingir o orgasmo, ela sofre um baque em sua autoestima. Se sente incapaz, pensa que é frígida. Muitas vezes o que falta é uma estimulação do clitóris mais intensa. Neste caso, o vibrador é um excelente instrumento facilitador do orgasmo”, explica a psicóloga e sexóloga Dulce Barros. Com a vibração contínua dos brinquedinhos eróticos, as mulheres atingem o clímax mais rápido do que ao se masturbar com as mãos.
“Ao descobrir que sim, ela é capaz de ter orgasmos, a mulher se sente libertada, e acaba tendo uma percepção de si mesma muito diferente. A autoestima melhora milhões de vezes, e em todas as áreas: trabalho, relacionamento com amigos, família”, diz Dulce.
A paulistana Daniela conta que seu primeiro vibrador fez parte de um grande processo de melhoria sexual. “Quando terminei meu primeiro namoro sério, nosso relacionamento era praticamente assexuado. Foi então que comprei meu primeiro vibrador, e minha libido aumentou muito. Me liberei, me descobri e pude perceber do que eu gostava mesmo no sexo. Hoje sou mais confiante, consigo pedir o que quero aos meus parceiros. O sexo se tornou mais divertido e leve”.
Além de melhor amigo da mulher, o vibrador pode ser o melhor amigo do casal. O estudo do Instituto Kinsey mostra que o uso do vibrador faz com que as mulheres tenham melhor lubrificação, mais excitação e desejo. Uma das hipóteses defendidas pelos pesquisadores é que as experiências sexuais prazerosas obtidas pelo uso do vibrador levem as mulheres a sentir mais vontade de fazer sexo com um parceiro.
“A masturbação faz com que as mulheres descubram novas posições e fantasiem mais”, explica Carolina. Usar o vibrador, sozinha ou acompanhada, ajuda inclusive quando o casal vai para a cama sem nenhum acessório. “A mulher que se masturba tem mais condições de expressar para o parceiro quais tipos de estímulos funcionam para ela alcançar o orgasmo”, diz Dulce.
A carioca Carla usa vibradores há sete anos, e é defensora do uso a dois: “Acredito que o vibrador pode, sim, melhorar a vida sexual, porque traz novas sensações e pode abrir horizontes para que os parceiros se conheçam mais, conheçam melhor as reações do outro, enfim, descubram novas formas de dar e receber prazer, juntos”, conta.
Mas as mulheres não devem ser reféns dos brinquedinhos. Se a mulher só consegue ter orgasmo se masturbando com o vibrador, sozinha, e não sente prazer com um parceiro, pode ser um sinal de problema. “Com a masturbação a mulher aprende como desenvolver o orgasmo, e deve usar este conhecimento a seu favor, explicando para o parceiro como ele pode ajudá-la a ter prazer. A capacidade de sentir prazer é dela, e não do vibrador”, encerra Dulce.
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